O Movimento Estudantil no Brasil está entre os movimentos sociais mais fortes e duradouros. Têm como principal bandeira a defesa da educação pública de qualidade. Por meio desta e de outras bandeiras luta por melhorias na qualidade de vida do povo brasileiro. Desta maneira é importante que cada estudante conheça sua história e sua realidade atual, para que possa participar de forma consciente dessa honrosa batalha por conquistas coletivas.
A militância no Movimento Estudantil é muito importante para que os estudantes adquiram consciência política e para que aprendam a lutar pelos interesses de sua classe. Por meio dessa participação os estudantes têm um “batismo” em sua vida política. Visto que é essencial para a formação da cidadania deveria ser incentivado pelos docentes e pela reitoria, mas como isso não acontece fica claro que isso não é de interesse deles.
Infelizmente prevalece a cultura do individualismo. A maioria das pessoas se preocupa apenas em conseguir benefícios para si próprios, esquecendo-se que fazem parte de uma sociedade extremamente desigual, na qual existem milhões de pessoas que são oprimidas e exploradas. É preciso se repensar essa forma de ser e de agir, pois ela leva as pessoas a se tornarem cada vez mais desumanas.
O pior é que ao ignorarem, intencionalmente ou não, a realidade opressora, as pessoas acabam muitas vezes contribuindo para que ela se perpetue. A atitude individualista é motivada por uma percepção muito limitada da realidade, pois ao contribuir para a manutenção de um sistema perverso, em que milhões de pessoas são tratadas como não-humanas, pratica-se a violência que se propaga e consequentemente retorna contra quem a praticou.
Para que se possa dar fim a esse sistema injusto é preciso adquirir conhecimentos através da ação e da reflexão, da teoria e da prática, e aprender a trabalhar conjuntamente em prol da construção de uma nova realidade. Como bem disse Paulo Freire: “os homens libertam-se em comunhão”.
É preciso estar sempre “antenado” e buscar as informações nas diversas fontes. Não se limitar a seguir os receituários prescritos pelos professores ou por quem quer que seja, deve-se ter autonomia na “caminhada da existência” e na busca pelo conhecimento. Autoconfiança, destemor e ousadia também são características indispensáveis para se “lançar” na luta por direitos e para se libertar das “correntes invisíveis” da opressão.
Acredito sinceramente que com união, por meio do diálogo e da ação, somos perfeitamente capazes de romper com todas as barreiras que nos são impostas. E também de nos tornarmos engajados na luta por essa transformação radical que se faz necessária para que as injustiças sociais sejam extintas e para que seja construída uma nova sociedade alicerçada no amor, na justiça e na verdade.
Pensamentos de Paulo Freire para refletir:
“Os opressores falsamente generosos, têm necessidade, para que a sua ‘generosidade’ continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanência da injustiça. A ‘ordem’ social injusta é a fonte geradora, permanente, desta ‘generosidade’ que se nutre da morte, do desalento e da miséria.”
“Um dos elementos básicos na mediação opressores oprimidos é a prescrição. Toda prescrição é a imposição da opção de uma consciência a outra. Daí, o sentido alienador das prescrições que transformam a consciência recebedora no que vimos chamando de consciência ‘hospedeira’ da consciência opressora. Por isto, o comportamento dos oprimidos é um comportamento prescrito. Faz-se à base de pautas estranhas a eles – as pautas do opressor.”
Sebastião da Silva Mello Neto
Coord. Estudantil do C.A. de Química
Nenhum comentário:
Postar um comentário